Dois meses atrás, no auge da “faxina” da presidenta no PR, conversei com um antigo colaborador da então ministra de Minas e Energia do governo Lula. Misto de político e técnico, minha fonte foi um dos muitos que trombou de frente com Dilma (atropelado seria o termo correto). Com base na sua experiência, ele vaticinou:
– Dilma tem verdadeira obsessão por devorar seus subordinados. Ela é uma predadora.
Para a minha fonte, Dilma estaria aproveitando as denúncias na imprensa para praticar seu esporte preferido: decepar cabeças. Ele desconfiava até que algumas denúncias haviam sido plantadas nos jornalões e revistonas por ordem da presidente (na época, cheguei a fazer um post sobre o tema: Dilma e as táticas guerrilheiras).
Depois de traçar um perfil que poderíamos chamar de Dilma Kill Bill, minha fonte predisse:
– Anote e depois cobre de mim: Dilma não vai parar com as demissões. Os próximos da lista serão o Negromonte e o Lupi.
Ele se referia aos ministros Mário Negromonte (Cidades) e Carlos Lupi (Trabalho), respectivamente do PP e do PDT.
Pois bem, de lá para cá Negromonte entrou em inferno astral. Chovem denúncias contra ele na imprensa, e parte da cúpula de seu partido o quer sete palmos abaixo da terra.
Quando a Lupi, a coisa também esquenta. Hoje, a Coluna do Cláudio Humberto dá o ministro como praticamente fora do governo. Exageros a parte, Lupi começa a seguir o mesmo roteiro de outros ministros sem cabeça: denúncias de irregularidades na pasta comandada por ele, perda de apoio no seu partido e…. perda de prestígio no Palácio do Planalto.
Mesmo que as demissões sejam necessárias, e são mesmo, fica no ar a chance para a oposição dizer “ó, viu como o governo dela não presta? toda sua base é corrupta” e falam de uma forma como se fosse a primeira vez que houvesse corrupção na história da política brasileira.
Nem por prazer, qualquer presidente brincaria com demissões. Duvido muito e muito dessa história dela plantar notícias e estar adorando este período de denúncias/demissões.
Estranha essa conversa de sua fonte.
Ultimamente ser “Kill Bill” está melhor que ser “Paz e Amor”.