
Aécio já não surfa sozinho
Aécio Neves (PSDB) vem perdendo o status de “candidato natural” da oposição na eleição presidencial de 2014. O primeiro sinal foi o tititi em torno do nome de Nelson Jobim. Depois que o gaúcho foi demitido do Ministério da Defesa por suas muitas e ásperas críticas ao governo Dilma, não foram poucos os que cogitaram sua transferência do PMDB para o PSDB a fim de buscar ser o candidato da oposição daqui a quatro anos.
Hoje, o jornal digital Brasil247 publica um artigo de título sugestivo – “Candidato Aécio decepciona e a fila anda” – em que, diante do baixo rendimento do mineiro como líder da oposição, aponta José Serra e até Geraldo Alckmin como possíveis nomes do PSDB em 2014. Leia abaixo.
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Candidato Aécio decepciona e a fila anda
Brasil247
Quando o ex-governador de São Paulo José Serra perdeu o pleito de 2010 para a presidente Dilma Rousseff, deu-se como sepultado seu projeto de infância – como o mesmo lembrou durante a campanha – de se tornar presidente da República. Desgastado por mais uma derrota, o eterno candidato do PSDB parecia ter desperdiçado sua última chance, já que a candidatura do senador Aécio Neves para 2014 se impôs quase que naturalmente. Mas, quase um ano depois da vitória de Dilma, Aécio vai ficando pra trás, enquanto Serra recomeça a arregaçar as mangas na direção da Presidência mais uma vez.
A única movimentação política mais explícita (e ainda assim discreta) de Aécio mirando as eleições de 2014 foi um decreto assinado pelo governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia (PSDB), no mês passado, concedendo à ex-senadora Marina Silva o título de cidadã honorária do estado. O senador mineiro estaria de olho nos 20 milhões de votos da ex-candidata à Presidência pelo Partido Verde (Marina deixou o partido em julho) e, portanto, disposto a se aliar à ex-ministra do Meio Ambiente. Fora isso, Aécio concentra seus esforços na mudança do rito seguido pelas Medidas Provisórias no Congresso Nacional e pontua, aqui e ali, críticas ao governo Dilma. Sem empolgar, no entanto.
O comportamento de Aécio contrasta com o do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, que já segue algo parecido com uma agenda de campanha para 2014 e, na semana passada, visitou a Casa das Garças, reduto tucano. Os tucanos queriam saber o que Campos pensa sobre privatizações, entre outros assuntos. Também próximo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o governador pernambucano é alternativa tanto para o PT, caso Dilma e o próprio Lula não se animem a disputar o pleito de 2014, quanto para o PSDB, caso Serra não emplaque sua candidatura.
O último candidato do PSDB à Presidência, contudo, começa a dar sinais de que não desistiu da guerra. Talvez animado pelo comportamento pouco insinuante de Aécio, Serra deixou definitivamente a disputar pela Prefeitura de São Paulo em 2012, para estar disponível nas eleições presidenciais de 2014. Afinal, largar a capital paulista pela segunda vez para disputar a Presidência seria um tiro no pé. Quem diz é a colunista Dora Kramer, sempre bem informada sobre os assuntos de Serra, em sua coluna publicada nesta terça-feira.
O vácuo deixado pelo senador Aécio Neves abre espaço até para o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que já disputou a presidência pelo PSDB e adotou recentemente o discurso de combate à pobreza do Governo Federal. Nesta quinta-feira, aliás, Alckmin anuncia junto com a presidente Dilma Rousseff a unificação entre os programas Bolsa Família, do Governo Federal, o Renda Cidadã, do estado de São Paulo. Ou seja, estão todo se movimentando, menos Aécio. E a fila não para.
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