Quando o presidente do Paquistão, Asif ali Zardari, discursa em praça pública, é melhor fazer silêncio…
(Dica da Agência Pública)
Quando o presidente do Paquistão, Asif ali Zardari, discursa em praça pública, é melhor fazer silêncio…
(Dica da Agência Pública)
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Veja a íntegra do discurso da presidente Dilma Rousseff na abertura da 66ª Assembleia Geral da ONU. Frisou-se muito que era a primeira mulher a abrir a assembleia, mas foi bem mais importante que isso.
Nos últimos anos, o Brasil vem ganhando importância no cenário mundial, em contraste com a profunda crise vivida pelos Estados Unidos. Natural portanto que o mandatário do Brasil, seja lá quem for, seja ouvido com mais atenção.
Devagar, mas de forma sustentável, avança o projeto de garantir ao Brasil um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Estejamos prontos portanto: o Brasil, cada vez mais, terá voz ativa na Organização das Nações Unidas e influência política e econômica no planeta.
Celso Amorim não gosta dos militares. Celso Amorim é de esquerda. Celso Amorim prefere Irã e Venezuela aos Estados Unidos…
Os militares não gostam de Celso Amorim. Os militares não engolem a esquerda. Os militares enxergam em figuras como Mahmoud Ahmadinejad e Hugo Chávez – e, obviamente, seus comparsas – inimigos a serem combatidos…
Isso é o que parte da imprensa quer que você pense, mas será mesmo assim?
A leitura chapada dos fatos – às vezes equivocada, às vezes mal-intencionada – leva muitos a uma conclusão rasteira: Celso Amorim não dará certo como ministro da Defesa porque vai trombar com os militares. Duvido. Primeiro: as Forças Armadas de hoje – e eu falo por conhecer – não só estão conscientes da hierarquia devida ao poder civil como também prezam os valores democráticos. Se os militares aceitaram bater continência para um ex-sindicalista e uma ex-guerrilheira, que por força do destino se tornaram comandantes-em-chefe das Forças Armadas, por que não se subordinariam a Celso Amorim, que não é exatamente uma Heloisa Helena da diplomacia?
Os militares são menos suscetíveis a mudanças do que parte da mídia faz crer. Podem até não as querer, mas não marchariam contra o Planalto, por exemplo, contra a abertura dos documentos da ditadura, a instauração da Comissão da Verdade e até, num caso extremo, uma possível revisão da Lei da Anistia.
O Brasil não foi adiante em questões sensíveis na área de direitos humanos não por pressão das Forças Armadas, mas por tibieza do poder civil, por comodismo de presidentes eleitos diretamente, por falta de interesse do Planalto em comprar uma briga que, para boa parte da sociedade, não lhe diz respeito.
Dizer que os militares não aceitam isso ou aquilo é não querer enxergar que o Brasil mudou. Há uma década, Fernando Henrique Cardoso, Lula e Dilma enrolam a Aeronáutica na história da compra dos caças e não se ouve um pio na caserna. Não há dinheiro para honrar o sagrado direito dos recrutas a três refeições diárias ou para fazer os navios e aviões se moverem, mas generais, brigadeiros e almirantes não abrem a boca em público.
Não há tensão na caserna com a ascensão de Celso Amorim, só nas redações.
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A Folha de S.Paulo de hoje publica uma imagem sensacional (a primeira abaixo) da campanha da ISHR (International Society for Human Rights) contra chefes de Estado que censuram a internet. Selecionei outra imagem desta campanha e de outras campanhas publicitárias muito espertas na área de direitos humanos. Vejam:
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Você é daqueles que ainda se perguntam quem foi Osama bin Laden? Veja então a entrevista com o jornalista britânico Robert Fisk no programa Milênio, da Globo News. Maior correspodente de guerra de todos os tempos, Fisk esteve pessoalmente com bin Laden três vezes. Imperdível!
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Vamos fazer uma aposta? Daqui a quantas horas vazará a foto do corpo de Osama bin Laden (agora são 10h20 do dia 5/5)? Quem acertar ganha um exemplar de “Boa Ventura! – A corrida do ouro no Brasil (1697-1810)”.
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Qual a melhor capa de jornal/revista/portal com a notícia da morte de Osama bin Laden? Veja aqui, em apanhado feito pelo UOL, como a mídia manchetou o fato e escolha a sua capa preferida. Meu voto vai para o Die Presse, de Viena.
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Como todos já percebemos, a morte de Osama bin Laden suscita mais dúvidas do que certezas. Dois livros podem ajudar a decifrar o significado de seu desaparecimento:
O Vulto das Torres – A Al-Qaeda e o caminho até o 11/9 (Lawrence Wright, Cia das Letras 2006) – Sem ser chato, muito ao contrário, o livro reconstitui como se deu a construção do pensamento radical islâmico e a formação da Al-Qaeda. Esqueça tudo o que você já leu nos jornais sobre o assunto. Aqui, com a profundidade necessária, você finalmente entenderá por que o século XXI ainda produz coisas como bin Laden e a Guerra ao Terror.
102 Minutos – A história inédita da luta pela vida nas torres gêmeas (Jim Dwyer e Kevin Flynn), Jorge Zahar Editor, 2005) – Num trabalho brilhante de arqueologia jornalística, dois veteranos repórteres do New Youk Times recompõe o que aconteceu dentro do World Trade Center desde o instante que o primeiro avião atingiu a Torre Norte até o desabamento do segundo arranha-céu. O leitor se sentirá dentro das torres gêmeas, ao lado das vítimas: um exercício difícil, mas, facilitado pela boa escrita dos autores, essencial para compreender o 11 de Setembro.
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O mundo fica mais seguro ou mais perigoso agora que Osama bin Laden foi morto pela CIA?
A morte de Osama enfraquece ou dá gás aos grupos terroristas árabes?
A repercussão da morte de Osama fará com que Barack Obama vá para a direita ou para a esquerda?
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Na Venezuela, no passado recente, o presidente Hugo Chávez foi vítima de uma sórdida campanha dos meios de comunicação daquele país. Em 2002, sofreu um golpe de Estado (posteriormente revertido) movido por interesses internacionais (leia-se, Casa Branca) e locais (leia-se, gangsteres metidos no negócio do petróleo). Com apoio material, financeiro e uma cobertura jornalística desavergonhada, empresários de comunicação venezuelanos foram sócios na conspiração. Tudo pode ser visto no excelente documentário irlandês A revolução não será televisionada (link abaixo).
Nove anos se passaram. E agora é Chávez quem lança mão dos meios de comunicação na tentativa de tanger a realidade de um país.
Enquanto o mundo assiste maravilhado à onda revolucionária no mundo islâmicno, Chávez colocou sua Telesur, rede de TV que controla, a serviço de um de seus maiores aliados, o ditador líbio, Muamar Kadafi. “Calma na capital da Líbia”, anuncia o locutor (veja abaixo).
Em outra reportagem (assista aqui), com uma voz fraca, quase envergonhada, o enviado especial da Telesur à capital Líbia, Jordán Rodríguez, repete o bordão: “A calma se mantém em Trípoli”. Meninos jogam futebol, o comércio funciona normalmente, as pessoas andam nas ruas… No pasa nada!
Mas o povo não está nas ruas? Sim, concorda a Telesur, mas por um motivo bem diferente do que imaginamos, qual seja, para empenhar apoio a Kadafi e protestar contra a campanha velada da Otan por uma invasão estrangeira da Líbia. O repórter tem a pachorra de entrevistar dois apoiadores de Kadafi que dizem que a situação na capital está tranqüila. Mas e quanto aos relatos que dão conta de centenas de civis mortos e de deserções nas Forças Armadas e no Executivo, motivadas pela discordância em relação à forte repressão do governo contra os manifestantes? Isso é coisa da Al Jazeera e da BBC, que estariam distorcendo a realidade, explicam os entrevistados.
Quem diria, a revolução está sendo televisionada, mas não pela TV de Chávez. O efeito disso será nulo – aliás, servirá apenas para queimar ainda mais o já velado filme do presidente venezuelano.
A Telesur prevarica; a onda continua.
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