
Aécio: "escárnio"
Quatro dias atrás, este blog registrou que Dilma Rousseff atravessara os três primeiros meses de seu mandato sem oposição. Pois no sábado, 2, o grande nome da oposição para a eleição presidencial de 2014, senador Aécio Neves (PSDB-MG), ensaiou seus primeiros acordes – e desafinou.
Aécio criticou a intenção de Dilma de criar a Secretaria Especial da Micro e Pequena Empresa, com status de ministério. A presidente planeja nomear para a pasta o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE), abrindo assim uma vaga no Senado para o presidente nacional do PT e um dos principais caciques da campanha de Dilma, José Eduardo Dutra. “O PT acha que o coreto é colocar o país a serviço de um partido político. Essa notícia, reiterada hoje, de que a presidente da República criará mais um ministério para acomodar um dirigente partidário que não foi eleito, que não teve votos, para estar no Senado da República, é um escárnio para com a população brasileira”, afirmou o tucano.
Aécio Neves está correto na sua crítica. O problema é que, poucos dias antes, ele fez a mesma coisa.
Em janeiro, a fim de atender os interesses de aliados de Aécio em Minas, o governador do Estado, Antonio Anastasia (PSDB), afilhado político de Aécio, criou cinco secretarias (Trabalho e Emprego, Casa Civil e Relações Institucionais, Regularização Fundiária, Copa do Mundo e Gestão Metropolitana). A provável candidatura de Aécio em 2014 também foi decisiva na formatação do secretariado de Anastasia. Contrariando seu perfil técnico e cedendo aos apelos de seu padrinho Aécio, o governador preencheu a maioria dos cargos com deputados, abrindo assim vagas para os suplentes (duas nomeações com uma só canetada). Na recém criada secretaria do Trabalho e Emprego, por exemplo, o nomeado foi o deputado Carlos Pimenta, indicado pelo PDT, legenda simpática a Aécio. Carlos Pimenta é médico.
Aécio anunciou que na quarta-feira finalmente fará seu tão anunciado primeiro discurso no Senado. Tem portanto mais dois dias para afinar seu instrumento.
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Arquivado em Política
Marcado como Aécio, Dilma, Minas, PDT, PSDB, PT