Neste domingo, dia 13, estarei em Ouro Preto, no Fórum das Letras, para participar da mesa de debate As Minas Gerais: 300 anos de aventura, cobiça e fé. Na mesa, mediada por Angelo Oswaldo, estarão ainda Frei Betto e Ivan Marques. Após o debate, marcado para 16h, no Cine Vila Rica, sessão de autógrafos de Boa Ventura! – A corrida do ouro no Brasil (1697-1810).
Veja aqui a programação completa do Fórum das Letras.
Índias assistem a abertura do 44º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, onde foi exibido o filme “Rock Brasília, era de ouro” de Wladimir Carvalho.
Não teve a repercussão devida a censura imposta ao filme A Serbian Film: Terror Sem Limites no RioFan (Festival Fantástico do Rio). O responsável pelo banimento do filme foi a Caixa Econômica Federal, patrocinadora do evento.
A Serbian Filme: Terror Sem Limites, do diretor sérvio Srdjan Spasojevic, é um filme de mau gosto que vem causando polêmica em vários países. A estória: um ator pornô aposentado aceita retornar à ativa e fazer seu último filme, mas acaba sendo obrigado a cometer atrocidades. O filme tem cenas dramatizadas – ou seja, não reais – de incesto, pedofilia, necrofilia e estupro de um recém-nascido.
Eu não perderia tempo e dinheiro para ver A Serbian Film: Terror sem Limites. Mas defendo a sua exibição, pois quem deve julgar a obra é o público (maior de 18 anos) e a crítica. Nada justifica a censura.
O último filme censurado no Brasil tinha sido Je Vous Salue Marie, de Jean-Luc Godard. Isso aconteceu em 1986, ou seja, vinte e cinco atrás. É triste – pior, é revoltante – ver a Caixa Econômica Federal, uma instituição estatal, repetir o obscurantismo do governo José Sarney e do regime militar.
Assista acima o trailler do filme que a CEF não quer que você veja.
Carlos Drummond de Andrade: "O cofre do banco contém apenas dinheiro. Frustar-se-á quem pensar que nele encontrará riqueza"
Dinheiro
Pedro Homem de Mello
Quem quiser ter filhos que doire primeiro
A jarra onde, inteira, caiba alguma flor!
Ai dos que têm filhos, mas não têm herdeiro!
— Dinheiro! Dinheiro!
Ó canção de Amor!
As noivas sorriem, talvez, aos vinte anos.
Os amantes sonham… Sonho passageiro!
Música de estrelas: Ética de enganos;
Ilusões, perdidas depois dos vinte anos..
E logo outras nascem: Dinheiro! Dinheiro!
Teus pais, teus irmãos e tua mulher
Cercarão teu leito de herói derradeiro
(Ai de quem, ouvindo-os, nada lhes trouxer!)
E hão-de ali pedir-te o que o mundo quer:
— Dinheiro! Dinheiro!
Deixa-lhes os versos que um dia fizeste,
Amarrado ao lodo, porém verdadeiro.
E eles te dirão: — Pássaro celeste,
Morreste? Morrendo, que bem que fizeste!
Nestes vinte anos de profissão, tive a sorte de trabalhar ao lado de grandes repórteres fotográficos: Juca Varella, meu parceiro, Jorge Araújo, Antônio Gaudério, Marlene Bergamo, Ana Araújo, Caio Guatelli, os irmãos Marques, os irmãos Stuckert, Dida Sampaio, Sérgio Lima, Ailton de Freitas, o mestre Orlando Brito… a lista é enorme. E, na semana passada, aumentou.
Na região do Bico do Papagaio, no Pará, desviando nosso Classic alugado das crateras da Transamazônica, vi de rabo de olho que Daniel Kfouri, no banco ao lado, era um fotógrafo diferente. Ele não tem o dedo nervoso, como a maioria de seus colegas. Clica devagar, quase com preguiça. Economiza. Não tem pressa.
Daniel Kfouri domina técnicas complexas de seu ofício, e o resultado nunca é óbvio. As fotos desse paulistano de 36 anos se parecem mais com pintura do que com fotografia. Seu talento raro já chama a atenção fora do Brasil. No ano passado, ele ficou em terceiro lugar na categoria Sports Action do cobiçado World Press Photo Award (é a quinta foto da sequência abaixo, que mostra o skatista Bob Burnquist no ar durante uma manobra na Megarampa em São Paulo).
Na toada em que vai esse artista da imagem, é possível que, num futuro próximo, Juca Kfouri seja lembrado não como um dos grandes jornalistas de futebol deste país, mas como o pai do fotógrafo Daniel Kfouri.
Por enquanto, não posso dar detalhes da reportagem que eu e Daniel fizemos na Amazônia, mas adianto que trará novidades sobre a Guerrilha do Araguaia. E que as fotos são de uma beleza impactante.
Enquanto o trabalho não é publicado, veja abaixo uma degustação do trabalho de Daniel Kfouri.
O jogador Lulinha, do Corinthians
Morador da Favela Novo Mundo
Havana, Cuba
Menino brinca em ocupação no prédio Prestes Maia, centro de São Paulo
Bob Burnquist faz manobra na Megarampa, em São Paulo
Campeonato de Pólo em Aguas Correntes, Novo Paraíso (GO)
Ronaldo Fenômeno no Pacaembu
Morador de rua em frente ao antigo prédio do DOPS do centro de São Paulo
Você se surpreendeu com a notícia da valorização, no mercado de artes, da obra da artista plástica carioca Adriana Varejão? (Para quem não viu, nesta semana, ela teve a obra “Parede com Incisões a la Fontana II” vendida em Londres pelo equivalente a R$ 2,97 milhões, maior valor pago até hoje pela obra de um artista brasileiro vivo. Entre os artistas latino-americanos, Varejão só perde atualmente para o magistral colombiano Fernando Botero, mesmo assim por pouco, R$ 400 mil.) Pois se levou susto então vá correndo ao Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Brumadinho (a 50 km de Belo Horizonte), para entender por que Varejão faz tanto sucesso – não importa se você já conhece o Inhotim, volte lá; se nunca visitou o mais importante acervo de arte contemporânea do Brasil, tudo bem, nunca é tarde para saldar um pecado. Inhotim dedica um pavilhão inteiro a Adriana Varejão. Visitá-lo é uma experiência sensorial intensa.
Pela força, originalidade e beleza de sua obra, Varejão, nascida no Rio de Janeiro em 1964, é conhecida hoje em todo o mundo. Suas obras já foram mostradas em exposições individuais na Inglaterra, nos Estados Unidos, no Japão, na Espanha, em Portugal, na Suécia e na Holanda, sem contar outras dezenas de países onde sua obra foi vista em exposições conjuntas. Se eu tivesse R$ 3 milhões de reais, compraria “Parede com Incisões a la Fontana II”. Primeiro, porque a obra é linda. Segundo, porque a tendência é que o preço dobre nos próximos anos.
Veja abaixo outras obras da artista:
Celacanto Provoca Maremoto, obra exposta em Inhotim
O filme “Morcego Negro”, baseado no livro Morcegos Negros, estreia em abril no festival de documentários É Tudo Ver… twitter.com/i/web/status/1…1 day ago