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Aécio cobra esclarecimento de Pimentel. Parceria Caracu é isso aí

Ontem, fez 10 dias que escrevi o post PT insiste na parceria Caracu com Aécio. Terminava assim: “Mas não custa lembrar o ditado espanhol: cría cuervos y te sacarán los ojos.

Ontem, o senador Aécio Neves comentou as denúncias que abalam o ministro Fernando Pimentel. Aécio disse que seu parceiro na aliança Caracu precisa “prestar esclarecimentos” (leia abaixo). 

Só Pimentel acreditou que a parceria Caracu daria certo. 

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Aécio diz que Pimentel tem de prestar esclarecimentos

ELIANA LIMA, da Agência Estado

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) defendeu hoje que o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) deverá prestar os devidos esclarecimentos sobre denúncias de que teria prestado consultoria a empresas com negócios com a Prefeitura de Belo Horizonte. Pimentel é ex-prefeito da capital mineira.

“Sempre tive um relação cordial como ministro Pimentel, mas acho que ele está numa condição de ter que prestar esclarecimentos. Fazer consultoria não é crime. Agora, se houve tráfico de influência é diferente. Temos que dar a ele o crédito para que preste as explicações necessárias. Não esclarecendo, a situação fica muito difícil”, disse.

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Desconstruindo Pimentel

Pimentel: crônica de uma morte anunciada

O ministro Fernando Pimentel está enrolado. Surpresa? Para quem acompanha o blog, nenhuma.

Em fevereiro, quando o governo Dilma não tinha perdido nenhum ministro, o blog vaticinava: Fernando Pimentel, o verdadeiro Palocci de Dilma.

Nas semanas seguintes, o blog mostrava como a fome de poder de Pimentel o colocava em rota de colisão com gente poderosa dentro do governo (ver os posts O saco de maldades de Pimentel, Pimentel conspira para saída de Palocci e Fernando Pimentel quer almoçar Mantega e jantar Tombini).

Em maio, no post Depois de Palocci, Pimentel?, o blog comentava as graves denúncias de superfaturamento que recaíam contra o minério quando ele administrava a Prefeitura de Belo Horizonte.

Em abril, no post O mensalão e eleição de 2014, o blog alertava que Pimentel começava a deixar de ser “carta branca” na imprensa, que tardiamente noticiava o envolvimento do mineiro no mensalão.

Cinco meses atrás, no post Inimizades, pensamentos imperfeitos e um funeral (VII), blog profetiza: “Pimentel um dia vai acabar Palocci”.

No último dia 29, o post PT insiste na parceria Caracu com Aécio apontava Pimentel como principal padrinho da explosiva “parceria Caracu” entre PSDB e PT em Belo Horizonte. A aliança tática entre Pimentel e Aécio Neves é nitroglicerina pura. Primeiro, porque desagrada setores do PT mineiro. Depois, porque faz Pimentel e o próprio PT caminharem em corda bamba, já que os dois partidos estão fadados a um confronto de vida e morte em 2014, tanto na eleição para o Governo de Minas quanto para a Presidência da República. No post, o blog ainda alertou: Cría cuervos y te sacarán los ojos. Pois é, aconteceu.

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PT insiste na parceria Caracu com Aécio

Sem medo de ser infelizzzzzz, o PT é hoje o curupira da política: ninguém sabe se anda para trás ou para frente

Se algum dia Aécio Neves alcançar a tão almejada Presidência da República, poderá dizer: “apesar de José Serra, mas com o apoio do PT, cheguei até aqui”.

Não há quem não reconheça que Aécio é hoje o principal nome da oposição para 2014, e não só para 2014. Talvez também para 2018, 2022, 2026… Aécio tem cacife (domina o segundo colégio eleitoral do país), tem carisma, tem habilidade política, tem apoio do empresariado, tem apoio da mídia, tem apoio da Força Sindical e tem alianças consistentes fora do eixo PT-PSDB.

Aécio, portanto, é um forte adversário do projeto político do PT, certo? Sim… Quer dizer, não… Quer dizer, talvez.

Nos últimos dez anos, a fim de alimentar a oposição interna a José Serra no PSDB, o PT, de forma geral, salvo uma ou outra exceção em Minas, evitou chatear Aécio Neves. Fez mais: abriu espaço para que o tucano crescesse.

Faça um teste. Tente achar no Google uma crítica mais pesada a Aécio Neves feita por um cacique petista de projeção nacional. Não há. Lula? Dilma? José Dirceu? Nenhum deles se lançou ao sagrado exercício político de desconstruir o adversário (a recíproca, contudo, como também mostra o Google, não é verdadeira).

O ápice da relação de boa vizinhança do PT com Aécio se deu em 2008. Naquele ano, o Partido dos Trabalhadores, que administrava Belo Horizonte havia 16 anos, decidiu quebrar a risca e não lançar candidato próprio à prefeitura, uma das mais importantes e estratégicas do país. De bom grado, o PT desceu da cadeira e passou a apoiar a chapa encabeçada por Márcio Lacerda (PSB), secretário do governo Aécio e afilhado político do tucano. A aliança ficaria conhecida como parceria Caracu (Aécio, é óbvio, entrou com a cara…).

Eleito, Márcio Lacerda fez o previsível. Nos últimos três anos, trabalhou pelo projeto de Aécio e pelo enfraquecimento do PT mineiro. O último ato dessa comédia se deu no início do mês, quando Lacerda, numa briga pessoal, demitiu todos os funcionários do gabinete de seu vice, o petista Roberto Carvalho.

Ano que vem, como todos sabem, tem eleição para prefeito. Há, por certo, muitos petistas mineiros que desejam romper a exótica aliança PSDB-PT em Belo Horizonte. A estratégia tem coerência, não se pode negar, já que na prática a aliança só favoreceu Aécio e o PSDB, enquanto o PT diminuiu. Além disso, em 2014, se o script político se confirmar, Aécio estará do outro lado do ringue contra Dilma Rousseff.

Por que então, catzzo!, o PT deveria fazer o jogo de Aécio? A vida tem seus mistérios.

Aqueles que, dentro do PT de Minas, trabalham pelo fim da aliança esbarram na objeção daquele que, no PT, é o padrinho da parceria Caracu, Fernando Pimentel.

Atual ministro do Desenvolvimento, Pimentel foi o último prefeito petista de Belo Horizonte. Se depender dele, talvez seja também o derradeiro. Pimentel joga pela reeleição de Márcio Lacerda. Se eleito, Lacerda quiçá venha a preencher, daqui a três anos, o (ainda vago) posto de candidato de Aécio ao governo de Minas. Seria certamente uma candidatura forte, talvez forte o suficiente para mais uma vez barrar o sonho do PT, nunca realizado, de conquistar o Palácio da Liberdade.

O curioso nessa história é que, ao patrocinar a reedição da parceria Caracu, Pimentel joga contra si próprio, já que também é nome forte para a eleição ao Governo de Minas em 2014.

Ontem, a contradição petista em Minas explodiu. Motivo: enquanto as exceções de sempre no raquítico PT mineiro lutam para explorar as fragilidades da herança deixada por Aécio no Estado (piso salarial mais baixo do país para o professorado, dependência excessiva das commodities num momento de crise mundial na economia, dívidas imensas que engessam a capacidade de investimento, mordaça na imprensa…), a ala de Fernando Pimentel apostou mais uma vez na parceria Caracu.

Aliado de Pimentel e presidente do PT de Minas, o deputado federal Reginaldo Lopes se reuniu ontem publicamente com Antonio Anastasia (PSDB), governador de Minas nascido de uma costela de Aécio, para discutir o que Lopes apelidou de “agenda positiva” e “convergência programática”. O resultado das confabulações deveria ter sido levado ainda hoje para Brasília. Adivinhem para quem? Fernando Pimentel.

Dirão os envolvidos que a “convergência programática” e a “agenda positiva” atende aos interesses de Minas. Na Calábria brasileira, desde a Inconfidência, é sempre assim. À luz do dia, evoca-se aos brados o nome de Minas. De madrugada, aos sussurros, costuram-se conspirações que atendem unicamente a interesses privados.

A busca do presidente do PT de Minas por uma “convergência programática” com o PSDB despertou a ira de petistas autênticos – chamemo-los assim para efeito de diferenciação (quem diria que um dia o PT precisaria ser classificado com a mesma escala de elasticidade de caráter do PMDB?). Via Twitter, o deputado Rogério Correia, autêntico que lidera o bloco anti-Aécio na Assembléia Legislativa do Estado, batizado de Minas Sem Censura, chamou Reginaldo Lopes de “traidor” e de aliado do PSDB e pediu que ele fosse afastado da presidência do PT mineiro. O protesto, seguido por outros autênticos, dificilmente terá efeito prático, já que a ala não tem força nas instâncias do PT nacional para peitar o ministro Fernando Pimentel.

Por que Pimentel fortalece os adversários de seu partido na capital mineira? Por que o PT nacional infla Aécio? Não há explicação lógica. Lá no fundo, lá no fundo, bem lá no fundo… Não há nada lá no fundo. A parceria Caracu é o que parece ser.

Minas tem 14,5 milhões de eleitores (10,7% do total nacional). Numa eleição presidencial apertada, o colégio eleitoral mineiro pode muito bem definir a parada. O PT parece não se importar com isso. Que assim seja. Mas não custa lembrar o ditado espanhol: cría cuervos y te sacarán los ojos.

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Na rampa de Dilma, tem aliado saindo pelo ladrão (V)

CÂNDIDO VACARREZZA (PT), LÍDER DO GOVERNO NA CÂMARA: “A chefa mandou empurrar o Temer, mas acho que ela também mandou o Pimentel me empurrar. Essa turma da guerrilha é terrível…”

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Na rampa de Dilma, tem aliado saindo pelo ladrão (VI)

FERNANDO PIMENTEL (PT), MINISTRO DO DESENVOLVIMENTO: “Que chato a Dilma ter empurrado o Abílio Diniz para o fosso. Ia ser tão bom…”

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Inimizades, pensamentos imperfeitos e um funeral (VI)

FERNANDO PIMENTEL: “Será que o Abílio Diniz vem? Seria ótimo…”

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Inimizades, pensamentos imperfeitos e um funeral (VII)

GLEISI HOFFMANN: “Preciso dar um jeito de avisar à chefe que o Pimentel um dia vai acabar Palocci.”

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Fernando Pimentel quer almoçar Mantega e jantar Tombini

Fernando Pimentel: ele quer mandar na economia

Mais uma vez o ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento) atravessou os limites de sua pasta. Enquanto o Banco Central acena com mais aumento de juros, Pimentel defendeu hoje justamente o contrário.

O ministro afirmou que, apesar do aumento do IOF, a entrada de dólares no Brasil ainda preocupa (“o sinal amarelo está aceso”, foi a expressão que ele usou), o que tornaria necessário a adoção de medidas adicionais, ou seja, a redução da taxa básica de juros. “Temos juros incompatíveis com os fundamentos da economia. A economia brasileira é sólida o suficiente para reduzir os juros”, disse ele. Depois completou, para o caso de alguém não ter entendido o recado: “Não temos porque continuar praticando uma taxa tão elevada”.

O que estranha na fala de Pimentel é que o Banco Central acena justamente com mais aumento na taxa de juros como forma de controlar a inflação.

De duas uma. Pimentel estaria caminhando para se tornar o José Alencar da presidente Dilma (o vice de Lula era uma espécie de “carta branca” no governo; praguejava contra os juros altos, mas nunca era ouvido). Ou então ele de fato quer detonar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.

Quem conhece Pimentel acha mais provável a segunda alternativa.

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O pós-Palocci (III)

Gilberto Carvalho: 100% Lula

Três nomes são cotados para o lugar de Antonio Palocci na Casa Civil. A escolha definirá se Dilma Rousseff está disposta a puxar o governo um pouco mais para o seu lado ou se tende a empurrá-lo ainda mais para o lado de Lula.

A opção por Gilberto Carvalho, atualmente na Secretaria Geral da Presidência, significaria que Dilma decidiu entregar o comando político de seu governo a Lula.

Paulo Bernardo: 70% Lula

Se a preferência recair sobre Paulo Bernardo, hoje ministro das Comunicações, Lula também estaria bem representado, mas em escala menor do que com Carvalho.

Por fim, se o nome escolhido for o de Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, seria uma verdadeira guinada Dilmista na condução política do governo.

Fernando Pimentel: 100% Dilma

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No sábado, convenção do PSDB à la Mad Max: 2 entram, 1 sai

"We need another hero", gritam os tucanos

Com o governo Dilma passando pelo pior período em cinco meses (os R$ 20 milhões mal explicados de Antonio Palocci, o Código Florestal aprovado na Câmara com apoio de parte da base, Fernando Pimentel virando réu em ação de superfaturamento…), o PSDB faz o quê? Consome a si mesmo, em público, numa luta fratricida.

No próximo sábado, na convenção nacional do PSDB, Aécio Neves tentará impedir o acesso de José Serra e seus aliados aos cargos de relevo do partido. Se conseguir, o mineiro terá retirado o oxigênio que mantém viva a combalida esperança do paulista de voltar a ser candidato a presidente da República em 2014. Nesse caso, sem poder de articulação interna, sem acesso às verbas do partido e sem um cargo de visibilidade, só restará a Serra concorrer novamente à Prefeitura de São Paulo em 2012.

Serra está caído, mas Aécio sabe que ainda não pode lhe dar as costas. O paulista é conhecido por sempre guardar uma carta na manga (ou um soco inglês…).

Aos que têm estômago fraco, aconselha-se evitar que assistam a convenção do PSDB no sábado.

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