Ah, é uma maravilha… Sabe aquele corre-corre que você está acostumado quando vai viajar de avião? Não precisa. Quem escolhe a hora de decolar é você. E se por acaso você se atrasar não tem problema. O piloto espera.
Check-in? Despacho de bagagem? Fila? Esqueça também! Você simplesmente chega ao aeroporto, entra por uma porta especial e sai direto na pista, deslizando com sua mala até o avião. Escalas indesejadas? Troca de avião? Nunca mais. As viagens são ponta a ponta, mesmo num roteiro inusual, como, por exemplo, Petrolina-Goiânia.
Melhor que isso só quando, além do jatinho, você também pode contar com o apoio de um helicóptero para fazer pequenos deslocamentos. Ou você prefere gastar uma hora no trânsito contra cinco minutos no helicóptero?
É compreensível que os senadores José Sarney (PMDB-AP) e Aécio Neves (PSDB-MG), o governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), o ex-ministro da Agricultura Wagner Rossi (PMDB), o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo (PT), o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT-RS), e centenas de políticos e autoridades do Executivo gostem tanto de viajar de jatinho e helicóptero. Que continuem tendo o prazer de voar com conforto extra. Mas desde que paguem por isso.
“Carona” em jatinho e helicóptero privados não existe, é uma desculpa esfarrapada. O que existe é um relacionamento promíscuo, já institucionalizado, entre homens públicos e agentes privados – estes, claro, sempre solícitos a paparicar aqueles, não por cortesia, mas por interesse.
Homens públicos não podem usufruir de favore$ de agentes privados. É no mínimo imoral, quando não ilegal.