Arquivo da categoria: Imprensa

O prazer anal e a tara em vender revista, jornal…

Playboy – Dizem que as mulheres não gostam de sexo anal. Você concorda com isso?

Sandy – Então… Não tem como não responder isso sem entrar numa questão pessoal. Mas, falando de uma forma geral, eu acho que é possível ter prazer anal. Sim, porque é fisiológico. Não é todo mundo. Deve ser a minoria que gosta.

Playboy – Uma minoria na qual você se inclui?

Sandy – Não vou dizer. Essa é uma pergunta que me faria pôr em prática minhas aulas de boxe (risos).

 

Este é o trecho da entrevista de Sandy à Playboy que tanto deu o que falar nos últimos dias.

Resumo da história: a imprensa vendeu pastel de vento. E faturou uma grana.

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Aécio e a imprensa livre

  • “Nenhuma dessas demissões ou afastamento de dirigentes públicos, ministros e outros se deu pela ação do governo <Dilma Rousseff>. Pela ação direta do governo, pelo governo ter identificado a partir dos seus órgãos de controle, ou mesmo com a ação do Ministério Público, que houvesse desvios. A imprensa brasileira é que levou o governo a defensivamente afastar essas pessoas. Isso também é preocupante. Então, o que me parece é que há uma certa passividade no governo federal, ou para não dizer uma certa cumplicidade, com alguns mal feitos. Se não houver denúncias da imprensa, fica tudo como está.

Este é Aécio Neves comentando hoje as seguidas quedas de ministros e funcionários graduados do governo Dilma em razão de denúncias veiculadas na imprensa.

Bem gostariam os jornalistas mineiros de também gozarem de liberdade para fiscalizar as ações dos dirigentes do Estado.

Nos oito anos de seu governo (2003-2010), Aécio, por intermédio de sua irmã Andrea Neves, amordaçou as redações locais e calou as vozes dissonantes na imprensa nacional. Quem assistiu aos documentários Liberdade, essa palavra e Gagged in Brazil sabe do que se trata (quem ainda não viu, poderá fazê-lo aqui no blog).

A imprensa tem de ser louvada não apenas quando fiscaliza os adversários. Tem de ser livre para fiscalizar Dilma, tem de ser livre para fiscalizar Aécio, tem de ser livre para fiscalizar todo e qualquer governo.

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O linchamento do ex-diretor do FMI

Quem vai pagar pelo linchamento público de Dominique Strauss-Khan?

Em três posts recentes (As algemas do diretor do FMI; Gilmar Mendes ou Melissa Jackson? e Strauss-Kahn na máquina de moer carne), este blog provocou os leitores a refletir sobre os procedimentos policiais e judiciais contra o então diretor-geral do FMI, Dominique Strauss-Khan. “Quem está certo: os EUA ou o Brasil?”, perguntava o blog.

Agora que o caso sofre um revertério, com a camareira que acusa Strauss-Khan de estupro sendo publicamente questionada, é um bom momento para voltar àqueles posts e responder as perguntas.

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Os bastidores da incrível história do filho de FHC que não é filho de FHC (ou quando todos erramos juntos)

FHC e um equívoco que durou 19 anos

No início de 1994, quando o então presidente Itamar Franco indicou como sucessor seu ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, Brasília passou a respirar dilemas. Que tratamento FHC daria, na campanha eleitoral, à história do filho que tivera fora do casamento? A imprensa devia ou não divulgar a história? E se algum adversário de Fernando Henrique abordasse o assunto na TV, ao vivo, num debate eleitoral?

Já naquele ano, na capital federal, até os paralelepípedos da Praça dos Três Poderes sabiam que Fernando Henrique era pai de Tomás, de 2 anos, filho da jornalista Miriam Dutra, da TV Globo. Mirian revelara o caso para amigos, e a história se espalhara. Enquanto FHC foi senador e ministro (Relações Exteriores e depois Fazenda), todos consideraram o assunto como sendo da esfera privada, mas na condição de candidato a presidente a coisa mudava de figura.

Não foi fácil para FHC. Ele se preparou para a eventualidade de, na campanha, ser obrigado a falar em público sobre caso. Pior: sua mulher, a antropóloga Ruth Cardoso, foi obrigada a fazer o mesmo.

As redações também se mexeram. Com receio de serem furados pela concorrência, os principais jornais e revistas do país mandaram repórteres à rua para fazer a reportagem do filho de FHC. Porém, nenhum deles publicou a história.

A apuração era apenas de uma medida profilática. A assessoria de Fernando Henrique havia costurado um pacto com os donos dos maiores meios de comunicação para garantir o silêncio durante a campanha. Um pacto que, a princípio, parecia ter dado certo. Além de nenhum veículo de comunicação ter dado a história, os adversários de FHC, por sua vez, evitaram abordar o tema durante o período da eleição.

No início de 1995, eleito presidente, FHC levou consigo os dilemas para o Palácio do Planalto. E eles haviam crescido.

Para proteger FHC, a TV Globo transferiu Miriam Dutra para Portugal. Foi a forma encontrada para “esconder” o problema do presidente da República, já que Lisboa era – e continua sendo – uma praça que gerava pouca notícia. Assim, Miriam Dutra sumiu de cena e da telinha.

A operação, contudo, deixou ainda mais evidente que Fernando Henrique tinha um calcanhar de Aquiles.

Alguns jornalistas de Brasília – e eu me incluo entre eles – passaram as pressionar as chefias para dar a reportagem do filho do presidente. O argumento era simples: como o presidente da República estava sendo socorrido pela TV Globo (uma empresa privada que detém concessões públicas), o caso tinha saído da esfera privada e evoluíra para uma perigosa ação entre amigos. Uma coisa era o cidadão Fernando Henrique Cardoso ter um filho fora do casamento, outra era o presidente da República socorrer-se com a maior TV do país para resolver um delicado problema pessoal.

As pressões foram em vão. A grande imprensa se recusava a dar a história do filho de FHC.

Em abril do ano 2000, segundo ano do segundo mandato de Fernando Henrique, o silêncio foi quebrado pela revista Caros Amigos. “Por que a imprensa esconde o filho de 8 anos de FHC com a jornalista da Globo” era o título de uma matéria de capa assinada por Palmério Dória, João Rocha, Marina Amaral, Mylton Severiano, José Arbex Jr. e Sérgio de Souza. Um repórter da revista localizou Miriam Dutra na Espanha, para onde ela havia sido transferida, e conversou rapidamente com ela. “Eu não vou falar nada sobre essa história”, disse Miriam ao jornalista de Caros Amigos. “Eu não sou uma pessoa pública. Se vocês têm algo para perguntar, não é para mim. Perguntem para a pessoa pública”, afirmou ela.

Nenhum grande jornal, revista ou TV repercutiu a reportagem de Caros Amigos.

Em 2003, FHC deixou a Presidência. E a história do filho parecia ter voltado para a esfera privada.

Em 2009, contudo, um ano após a morte de Ruth Cardoso, Fernando Henrique reconheceu a paternidade de Tomás, conforme noticiou em primeira mão a coluna de Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo. O caso então passou a ser tratado abertamente na imprensa. O tabu não existia mais.

Na semana passada, uma nova reviravolta. A coluna Radar, da Veja, informou que, pressionados por filhos que FHC tiveram com Ruth Cardoso, o ex-presidente e Tomás, hoje com 19 anos, finalmente se dispuseram a fazer um teste de DNA. O primeiro exame deu negativo. O segundo, também. Para espanto de todos, inclusive de ambos, Fernando Henrique não é o pai de Tomás.

Todos, sem exceção, estávamos errados.

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Caso Palocci: cadê a Veja? Cadê a IstoÉ? Cadê a Época?

Mesmo com o ministro Antonio Palocci dependurado num escândalo de R$ 20 milhões, a revista Veja optou por estampar na capa da edição desta semana uma reportagem sobre as obras dos estádios de futebol que abrigarão jogos da Copa de 2014. IstoÉ dá destaque a uma suposta privatização da Polícia Federal. E a Época trata da felicidade.

Se depender do ânimo das três revistas semanais de maior circulação no país, pelos próximos sete dias Palocci não tem por que se preocupar.

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O mensalão e eleição de 2014

Mensalão: acabou a era da inocência

É realmente um espanto a reportagem de capa desta semana da revista Época com o novo relatório da Polícia Federal sobre o mensalão. Não pelo que o relatório traz de novidade (um ou outro nome ou detalhes até então desconhecidos do mensalão).

Quem ainda não sabia que o PT montara uma poderosa máquina de corrupção no governo Lula para financiar campanhas eleitorais e comprar a boa vontade do Congresso?

Quem ainda não conhecia as provas que indicam que essa máquina fora alimentada com dinheiro público do Banco do Brasil, por intermédio de recursos do Visanet?

Quem ainda não sabia que o onipresente empresário Daniel Dantas também estava metido no enrosco?

O que de novo há na reportagem é a disposição da mídia de jogar ao mar dois personagens até então preservados nessa história: o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel (PT-MG), e o senador Aécio Neves (PSDB-MG).

Até então, a grande imprensa – com raras e honrosas exceções – se negara a divulgar que a campanha de Pimentel a prefeito de Belo Horizonte em 2004 recebera dinheiro do valerioduto. Do mesmo modo, boa parte da mídia se calava sobre a estreita ligação do governo Aécio Neves em Minas com Marcos Valério.

A Época deu a senha: os pesos pesados Fernando Pimentel (amigo e colaborador mais próximo da presidente Dilma Rousseff) e Aécio Neves (o principal nome da oposição), ambos candidatíssimos em 2014 (ao Governo de Minas e à Presidência, respectivamente), não contam mais com o escudo protetor da grande imprensa. Essa é a novidade.

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Homens trabalhando… desculpe os transtornos

O blog já pode ser acessado no site da GQ, mas quem passar por lá verá que  as atualizações estão paradas (apenas um post entrou no ar). É uma questão de tempo até que os ajustes sejam concluídos. Enquanto isso, continue acessando o blog aqui no endereço eletrônico original.

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Blog do Lucas Figueiredo já no site da GQ

Começou! Já está no ar o site da GQ com o Blog do Lucas Figueiredo. Ainda estamos na fase de ajustes, como vocês verão. Asssim, a partir de hoje, o blog estará disponível, simultaneamente, aqui e no endereço eletrônico do site da GQ. A casa continua aberta a visitas. Sem restrições e gratuitamente.

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A primeira capa a gente nunca esquece

Numa época em que jornais e revistas costumam desaparecer, é uma honra fazer parte da equipe que traz ao Brasil uma publicação do nível de GQ. Vejam abaixo como ficou a capa da edição número 1.

A reportagem que fiz, com fotos de Daniel Kfouri, revela que, na década de 1970, o Exército usou índios de uma tribo do Pará para caçar e matar guerrilheiros do Araguaia. Como prova da missão cumprida, os índios tinham de voltar da mata com as cabeças dos militantes do PCdoB.

 Em breve, nas bancas.

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10, 9, 8, 7…

Neste exato instante, homens e mulheres trabalham duro para botar o site da GQ no ar. Quando tudo estiver pronto, o que pode acontecer a qualquer momento, o blog se muda para lá (como já disse, por um tempo, até que a operação seja totalmente concluída, o blog continuará a ser atualizado no endereço eletrônico atual ). Em breve, repasso as novas coordenadas.

P.S. Tem muita gente perguntando se o acesso ao blog continuará livre e gratuito. As respostas são sim e sim.

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