Num post publicado ontem, sob o título Aécio “Decepção” Neves, tratou-se aqui de como o senador mineiro vem deixando de ser, dia após dia, a grande esperança da oposição para, em razão de sua inércia, revelar-se uma decepção.
Aconteceu de novo.
Na segunda-feira, 9 de janeiro, na sua coluna semanal na Folha de S.Paulo, Aécio criticou a falta de critérios do governo federal na distribuição de verbas para prevenção de enchentes e reparo de danos causados pelas chuvas. O tucano mineiro pegou leve, contudo. Foi bastante genérico e evitou dar nomes aos bois. Eis um trecho do artigo:
“Assim, o inexplicável contingenciamento de recursos do governo federal destinados à prevenção de enchentes e dos danos causados pelas chuvas, assim como a liberação deles sem que sejam respeitados princípios básicos do equilíbrio federativo, devem ser motivo de protesto e de cobrança não apenas da oposição, mas de toda a sociedade. Até porque a falta de critérios republicanos e a baixíssima execução orçamentária do governo não se dão apenas em uma área.”
Mais adiante, o senador mineiro, também de forma genérica e sem citar nomes, criticou a demagogia com que certos políticos se portam em épocas de tragédias e disse que é preciso “cobrar responsabilidades”. Aécio afirmou:
“As repetidas tragédias representam vidas perdidas. E, em respeito a cada uma delas, precisamos abandonar a demagogia, partilhar a solidariedade e cobrar responsabilidade. Os brasileiros não estão condenados a viver apagando incêndios de incompetência ou submergindo em tempestades de omissões.”
Agora sabemos porque Aécio não quis ir fundo no problema. Na sua edição de hoje, a Folha informa que, por uma razão eminentemente eleitoreira, o PSDB não vai fazer carga contra o indecente manejo de verbas anti-enchente pelo ministro Fernando Bezerra Coelho (Integração Nacional). Isso porque Aécio não quer se indispor com o PSB, partido do ministro e que o tucano corteja como possível aliado na eleição presidencial de 2014.
Como se diz em Minas, Aécio latiu fino para um dos maiores escândalos do governo do PT. Se quisesse realmente “cobrar responsabilidades”, como escreveu em seu artigo, bastaria a Aécio subir na tribuna do Senado e ler o primeiro parágrafo da manchete de hoje do jornal Estado de Minas. Vejamos:
Dados do Orçamento da União revelam que o Ministério da Integração Nacional desconsiderou critérios técnicos para repasses de verbas do Programa de Prevenção e Preparação a Desastres. Em 2011, Minas Gerais, um dos estados mais castigados pelas chuvas no fim de 2010 e início do ano passado, recebeu mísero R$ 1,46 por habitante dos municípios que declararam estado de emergência, contra R$ 160,97 per capita, destinados às vítimas dos temporais em Pernambuco, estado do ministro Fernando Bezerra (PSB). Isso significa que os pernambucanos mereceram um valor mais de 110 vezes maior que os mineiros.
Como senador por Minas, Aécio tem obrigação de defender o Estado. Não é a primeira vez, entretanto, que deixa de fazê-lo (vide o caso da distribuição das verbas do pré-sal, denunciado por este blog).
Assim, mais uma vez, o discurso de Aécio vai para um lado e sua prática política para outro.
E por falar em discurso, que tal reler o trecho do artigo de Aécio na Folha transcrito no início deste texto?
“As repetidas tragédias representam vidas perdidas. E, em respeito a cada uma delas, precisamos abandonar a demagogia, partilhar a solidariedade e cobrar responsabilidade. Os brasileiros não estão condenados a viver apagando incêndios de incompetência ou submergindo em tempestades de omissões.”
Demagogia, responsabilidades, incompetência, omissões… Aécio disse tudo.
Fica cada dia mais difícil pensar em ter esperanças com os políticos brasileiros. O Aécio é só mais um exemplo daqueles que colocam os interesses próprios (a disputa presidencial) à frente dos interesses do povo que representam.
Não teve indecencia nenhuma na divisão de verbas, quem se informa no Portal da Transparencia vê que todos os estados que TRABALHARAM em projetos e enviaram ao gov federal receberam recursos, Pernambuco depois de 3 enchentes num ano TRABALHOU e conseguiu verba e mais APLICOU a verba onde devia, MG recebeu 50 MILHOES e fez o que? O problema é incompetencia nas obras de prevenção e dinheiro DESVIADO pelos que agora reclamam, é dificil ver gente competente enquanto seus desmandos ficam nítidos à luz do sol, se não roubassem tanto e pensassem em seu povo (cada governador) não teriam motivo p birra, birra alias q não existe pq os governadores nao reclamaram do ministro pq não PODEM! Não fizeram seu dever de casa, entao tem que emudecer mesmo.O Rio recebeu 300 milhoes só p regiao serrana e comeu o dinheiro e o ministerio dividiu 27 BILHOES para todos os estados, se não usaram bem o dinheiro com o povo, é caso do povo perguntar aos seus governadores: Onde está o dinheiro???
POLITICAGEM, o jogo político no Brasil só funciona desse jeito.
Independentemente de partido, de ideologia, de bandeiras… a dinâmica só gira pela roda da politicagem.