No artigo de sua autoria publicado na Folha de S.Paulo de sábado, em homenagem a Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso se revela – por uma coisa que escreveu e por duas que deixou de escrever:
- “De quando em vez, eu perguntava <a Itamar, que iria tomar posse como presidente da República,> quem seria o ministro da Educação, até que me indagou de chofre: ‘Você quer ser ministro da Educação?´. Respondi que não, queria apenas saber o nome de quem seria para evitar que a área fosse objeto de clientelismo. Ele sorriu, não me disse quem seria, mas assegurou que não havia perigo. De fato nomeou um nome técnico que teve ação positiva.”
O nome do colega de governo que FHC não quis mencionar é Murilo Hingel.
- “Noutra oportunidade, diante da pressão de denúncias capitaneadas por um poderoso senador, Itamar resolveu recebê-lo e convocou a imprensa para que escutasse o que lhe diriam e para que visse abertamente como ele reagiria.”
O “poderoso senador” era o baiano Antonio Carlos Magalhães, nada mais nada menos que um dos principais fiadores das duas eleições e das duas gestões FHC.
- “Devo a ele <Itamar> a audácia de nomear um sociólogo sem grande experiência administrativa para o Ministério da Fazenda. Mais: apoiou tudo que eu e minha equipe propusemos para fazer o que no início foi o Plano FHC e se transformou no Plano Real.”
Só FHC se lembra que, 17 anos atrás, por alguns poucos dias, o Plano Real foi chamado de Plano FHC.
Em vez de vencer o debate pelo argumento, desmerecer o interlocutor, chamando-o de caipira e provinciano, o que, para o resto do mundo, é a mesma coisa…
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