Depois de onze anos, o Exército deixou de apoiar financeiramente um panfleto controlado por militares da reserva que tinha por missão “combater a esquerda” (leia aqui o primeiro post sobre o caso). Na edição que começou a circular em março (com data de fevereiro), o Jornal Inconfidência – um dos mais importantes canais de expressão dos militares de extrema direita – não estampou os tradicionais anúncios da Fundação Habitacional do Exército (FHE) que bancavam um quinto dos R$ 10 mil de custo da publicação.
O Grupo Inconfidência, que edita o jornal, é responsável pela divulgação na internet da falsa ficha criminal de Dilma Rousseff dos tempos da ditadura. Em 2009, na pré-campanha presidencial, a ficha foi reproduzida pela Folha de S.Paulo como se verídica fosse. A Folha até hoje não corrigiu o erro e não se desculpou.
O Jornal Inconfidência atribuiu ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, a suspensão os anúncios da FHE, que teria cedido “a pressões daqueles que querem, hoje, de forma dissimulada, concretizar a tirania do amanhã”.
Apesar de não contar mais com os anúncios da FHE, o Jornal Inconfidência continua com um pé na caserna. Na edição de fevereiro, o panfleto publicou anúncio da GBOEX, empresa de previdência privada dirigida por militares da reserva. O GBOEX foi fundada no Colégio Militar de Porto Alegre, em 1913, com o objetivo de amparar as famílias de militares falecidos.
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