O terceiro post da série sobre a Guerrilha do Araguaia mostra o bônus vendido pelo PCdoB para angariar fundos para a revolução.
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Por não realizar, por questões doutrinárias, as rendosas ações de “expropriação” nas cidades – eufemismo da esquerda para os assaltos e roubos que objetivavam arrecadar fundos para a luta armada – o PCdoB tinha poucos recursos. Assim, no início da década de 1970, surgiu a idéia de arrecadar fundos para a Guerrilha do Araguaia por meio de “empréstimos” de simpatizantes.
Entre outubro de 1972 e outubro de 1973, período em que o Exército fez uma pausa nos combates contra a Guerrilha do Araguaia, o PCdoB lançou na região o “Bônus da Revolução”. O papel era assinado pelos “comandantes” Joaquim e Paulo (respectivamente, Ângelo Arroyo e Paulo Mendes Rodrigues) e tinha uma chancela pomposa: “Forças Guerrilheiras do Araguaia”, a Foguera (nessa época, restavam menos de 60 insurretos vivos). Cada bônus era vendido por 20 cruzeiros. Vinha com a promessa de que a quantia seria devolvida, com juros e correção monetária, após “a vitória” (leia-se, a derrubada da ditadura militar e a implantação de um “governo popular revolucionário”, ou seja, uma ditadura comunista).
Quem comprou o bônus em janeiro de 1973 teria direito hoje a aproximadamente R$ 250. Teria se a “vitória” tivesse vingado.
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